domingo, 11 de setembro de 2011

6ª MOSTRA PAULISTA DE CINEMA NORDESTINO

Em 2011, a Mostra Paulista de Cinema Nordestino chega à sua 6ª edição, com filmes novos e representativos da produção audiovisual do nordeste brasileiro.
A pesquisa dos filmes foi realizada em todos os Estados nordestinos, buscando obras de diretores nordestinos ou que apresentassem uma temática relativa ao Nordeste. Procuramos selecionar os filmes que mais se destacaram segundo critérios de relevância histórica e cultural, trajetória em festivais, premiações, narrativa, diversidade cultural e social.
Um dos objetivos da Mostra Paulista de Cinema Nordestino é proporcionar um importante espaço à reflexão e à formação de público para o cinema nacional. Por isso, realizaremos debates sobre os filmes em 21 unidades do SESI, bem como uma oficina de leitura crítica do audiovisual destinada ao público em geral e a estudantes de comunicações.
Enriquecendo ainda mais o evento, incluímos mesa redonda com três cineastas nordestinos consagrados (do Ceará, de Pernambuco e da Bahia) e um cineasta de animação de um dos principais pólos de produção do Nordeste, o Ceará, que já teve convênio com a National Film Board do Canadá. Essa mesa abordará a experiência na realização de filmes brasileiros fora do eixo Rio-São Paulo. Participarão dele, também, o idealizador da mostra, o jornalisat Gregório Bacic, um cineasta de São Paulo e uma pesquisadora na área de cinema. A mesa redonda acontecerá em 03 de novembro, na unidade do SESI de Itapetininga.
Os destaques
A Mostra vai desde os primeiros filmes rodados no país, como o filme mudo “A Filha do Advogado” (1926), representativo do Ciclo do Recife, até produções mais recentes, como o “O Homem que Engarrafava Nuvens” (2008), do pernambucano Lírio Ferreira, vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro do Canal Brasil (melhor documentário de longa-metragem), que conta uma parte da história do Brasil através da música – o baião; “Deserto Feliz” (2007) do aclamado diretor pernambucano Paulo Caldas, que retrata a realidade da exploração sexual no Nordeste; “Cidade das Mulheres” (2005), do cineasta baiano Lázaro Farias, mostra Salvador através da cultura das baianas do acarajé e sua relação com o candomblé; “Corisco e Dada” (1996), do consagrado diretor cearense Rosemberg Cariry, conta a dura vida no sertão através da história do cangaço, lembrando que este é o ano do centenário de Maria Bonita, companheira de Lampião; “Pan-Cinema Permanente”, do cineasta paulistano Carlos Nader, que acompanhou durante 15 anos o grande poeta baiano Waly Salomão, que influenciou a Tropicália e toda uma geração de músicos da MPB, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros, foi vencedor do prêmio de melhor documentário do Festival É Tudo Verdade de 2007.
Entre os curtas-metragens temos: “Recife Frio”, uma irônica ficção científica, na qual Recife sofre um grande desastre ambiental, modificando hábitos e costumes, do cineasta e crítico de cinema Kleber Mendonça Filho, premiado como melhor curta-metragem de ficção no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, do Canal Brasil; “Amanda e Monick”, do diretor paraibano André da Costa Pinto, um documentário “almodovariano” sobre a questão de gênero e suas implicações; “Cine Holiudy”, do cineasta cearense Halder Gomes, primeiro, e único, filme falado totalmente em cearencês; “Pelo Ouvido”, do diretor maranhense Joaquim Haickel, que aborda o mais feminino dos sentidos, com sensualidade e delicadeza.
A programação da Mostra inclui, ainda, uma sessão especial de filmes e animações direcionada ao público infantil, como o premiado “Vida Maria”, de Márcio Ramos, que mostra uma dura e triste realidade universal, a repetição do ciclo da pobreza; “O Jumento Santo e a Cidade que se Acabou Antes de Começar”, de Léo D. e Willian Paiva, o Gênese bíblico, contado através das tradições da cultura nordestina; “Calango Lengo, Morte e Vida, sem Ver Água”, de Fernando Miller, a seca e a fome abordadas com ironia e leveza, ganhador do prêmio de melhor filme do 32ª Festival Guarnicê de Cinema; e ainda “Caçadores de Saci”, da cineasta baiana Sofia Federico, que atualiza a tradição do folclore brasileiro, o Saci, envolvendo-o em questões ambientais de forma engraçada e divertida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário