terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pré-estréia da 4ª Mostra - Em Alto Estilo!!!

A sessão de pré-estréia da 4ª Mostra Paulista de Cinema Nordestino aconteceu em Campo Limpo, no Cinema na Laje, projeto do poeta e agitador cultural Sérgio Vaz.
A proposta do Cinema na Laje é formar público para o cinema.
Para quem não conhece, Campo Limpo é um bairro distante do centro de São Paulo. Como toda a periferia, carente de atividades e de espaços culturais. A iniciativa de pessoas como Sérgio Vaz e Zé Batidão visa a mudar esse panorama.
"Antes a gente queria mudar do bairro, agora a gente que mudar o bairro; quer melhorar aqui através da cultura", afirma Sérgio.
Essa proposta tem tudo a ver com a Mostra Paulista de Cinema Nordestino, que busca facilitar o acesso à cultura utilizando elementos de nossa própria cultura. A produção de cinema do Nordeste é riquíssima e multifacetada, mas muitas vezes não chega às grandes cidades, muito menos às periferias, por conta da falta de uma política consistente de distribuição de filmes nacionais. Por isso, muita gente acaba não tendo conhecimento dessa produção.

O Bar do Zé Batidão, onde acontece o Cinema na Laje, estava cheio de gente bonita, animada e interessada em cinema. Tem até lanterninha, como antigamente! Os filmes exibidos foram:
"Calango Lengo, Morte e Vida Sem Ver Água", de Fernando Miller, e "O Coco, a Roda, o Pneu e o Farol", de Mariana Fortes. O público vibrou com o Calango Lengo, o personagem simpático e esperto que dribla a seca e a morte. E saiu dançando ao som do Coco, ritmo típico do Nordeste, foco do documentário de Mariana.




Leiam o depoimento do Sérgio para sentir como foi:



"Sobre vilões e heróis - Sérgio Vaz

Povo lindo, povo inteligente,


Ontem no feriado de 7 de setembro a Cooperifa exibiu a Mostra de Cinema Nordestino dentro do projeto Cinema na laje. E diga-se de passagem, foi um sucesso total. De público e de crítica. Para se ter uma ideia, quando o filme terminou todos batiam palma no ritmo do samba de côco, que era um dos temas dos documentários. A nossa cara. E a nossa cara é correr pelo certo.
Pô, mó da hora a gente ali reunido, na nossa quebrada, mulheres, crianças, homens, jovens e adultos ali curtindo documentários que tem a ver com a nossa realidade. A gente ali se reconhecendo no escurinho do nosso cinema...
Muitas vezes os cineastas e documentaristas realizam trabalhos falando das pessoas das periferia, dos morros, dos mangues, dos humildes, dos fodidos e dos sertões do Brasil, e os exibem somente nos cinemas dos grandes centros, e sequer tem a elegância de passar os filmes para essas pessoas que contribuem, com o pouco que tem, para que outras, continuem amando a sétima arte. Ingratidão queima o filme. Pipocas!
A Cinema na laje da Cooperifa nasceu dessa urgência, desse amor pela ilusão, mas com os pés na realidade. Desse sonho obssessivo por um país melhor, aliás, esse sonho, é um filme que não sai da nossa cabeça. Sem intervalos.
"Quem vive o drama? Quem vive o terror? Esse Suspense tem que acabar.
Para a Cooperifa não tem dia, não tem hora nem lugar, e todo mundo tá ligado que super-heróis é só na tela, e já tem muito bunda-mole usando capa e fingindo que tem super-poderes hipnotizando os fracos e oprimidos.
Na vida real, raio-laser ou enchadas, pouco me importam, as pessoas honestas me fascinam. Nos jogam para o alto. E avante. "

veja as fotos do cinema na laje no blog: http://www.colecionadordepedras1.blogspot.com/

www.twitter.com/poetasergiovaz


É isso aí, Sérgio Vaz e pessoal da Cooperifa! Vida longa para o Cinema na Laje e para a Mostra Paulista de Cinema Nordestino!



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